Desde 2000 o FILE (Festival Internacional de Linguagem Eletrônica) traz em sua programação plataformas interdiciplinares que incentivam o desenvolvimento de projetos criativos inovadores na área das artes e tecnologia. Em sua 10ª Edição, ocorrida entre 27 de julho e 28 de agosto de 2010, trouxeram para a galeria de arte do SESI instalações interativas, jogos, maquinemas, trabalhos de internet, performances e workshops.
Fazendo um tour pela galeria nos deparamos com diversos setores interativos em que a tecnologia impressiona, mas não é de fácil manuseio. O que se torna desanimador, uma vez que é difícil entender a real utilizade de determinadas instalações. Era necessário traçar uma rota para que nenhuma atração ficasse para trás e para que as essenciais fossem descritas apesar de não serem cem por cento entendidas.
A preferência foi iniciar pelas instalações da sala principal, sendo a primeira delas a "Virtual Ground" uma lúdica atração em que jogadores tinham que controlar uma partícula de luz projetada em uma grade no chão. Interessante, porém difícil entender as regras e quantas pessoas poderiam participar do tecnológico jogo.
Dando continuidade nos setores interativos, passamos para a atração de audiovisual que explora a relação das pessoas com o espaço, conhecida como "Luzes Relacionais". Esta utiliza luz, som, neblina e um sistema de software criado para que os visitantes manipulem com sua presença através de seus movimentos.
Conhecendo mais a fundo as diferentes plataformas, visitamos rapidamente a parte de maquinemas, área que apresenta uma seleção de 40 trabalhos espalhados pelo espaço. Tendo contato com estes é possível percebermos dentro de nós diferentes sensações e sentimentos que permitem com que nos coloquemos no lugar dos personagens e com que observemos nas cenas momentos e situações que ocorrem ao nosso redor.
Para finalizar a descrição das atrações que mais chamaram nossa atenção, é fundamental citar as camas sensíveis aos movimentos. Em uma delas um espectador ficava deitado se movimentando o mais intensamente que pudesse, enquanto na do lado outra pessoa sentia os movimentos através das ondas que se formavam no colchão. Um atrativo interessante, divertido e dinâmico, que poderia passar uma tranquilidade ou uma enorme agitação e desconforto.
Este festival pode ser classificado e analisado como sendo uma arte contemporânea, uma vez que interroga e atribui diversos significados para as diferentes imagens e atrações que ocupam a galeria do prédio da FIESP em São Paulo. Afinal, o contemporâneo não busca só o novo, mas propõe o estranhamento ou questionamento das diferentes leituras de uma mesma obra ou imagem. Levando, através das tecnologias, a liberdade do artista para suas técnicas e sua arte, que diante dos avanços conhece e reconhece diversos instrumentos de experimentação a linguagem.
Com isso, é possível perceber e concluir que a tecnologia na arte é um ramo peculiar que determina o conhecimento teórico ou prático em relação aos diferentes tipos de linguagens. No FILE há uma junção desta tecnologia com a interatividade, observação e movimentação que resultam em conhecimento, diversão e grandes descobertas que nos deixam curiosos e interessados em nos aprofundar sobre as reais intenções e objetivos dos artistas na criação de seus projetos.
15 outubro 2010
Assinar:
Comentários (Atom)